terça-feira, fevereiro 06, 2007

bbb...*

Apesar de me sentir provocado constantemente a escrever sobre o Big Brother Brasil com a enxurrada de “notícias” na mídia sobre ele, tenho evitado por um simples motivo: seria um texto feroz. Mas sei que ninguém gosta de ler algo dessa natureza, então serei ponderado.Não sou exatamente uma pessoa “do contra”, mas o programa, como a grande maioria da televisão aberta, fere a inteligência humana.
Todos os dias à noite, antes do BBB, a maioria da população (desprovida de cabo) agüenta a apelação de Manoel Carlos, que une numa só novela um número sem fim de temas polêmicos com a desculpa de promover um serviço à sociedade, mas sabemos que o importante mesmo é obter audiencia. Agora, ironicamente, o Maneco colocou uma ex-big brother, com cenas cada vez mais longas, o que vem aumentando o ibope e deixando atores experientes enciumados. A Grazi agora é ex-miss, ex-Big Brother e, se depender da audiência, tão cedo não será ex-atriz. Foi segunda colocada no programa, mas com certeza já ganhou mais que o primeiro.
A moça do interior não está na novela por acaso. O Big Brother tem elementos de dramaturgia que facilitam isso. No domingo, 4 de fevereiro, a participante Carollini soltou a seguinte frase: “Isso aqui é um jogo, não uma novela". Acho que a garota não prestou muita atenção.
As semelhanças são muitas: a casa, gente chorando, sexo, merchandising, ricos, pobres, gostosas, sarados, homosexuais, caipiras, estrangeiros, brancos, negros, asiáticos, motobóias, dançarinos, empregadas domésticas, miss Brasil casada, e até um monge que não gostava de tomar banho. Enfim, quase uma Páginas da Vida.
Tudo bem, é um programa de entretenimento, mas é lamentável a sede de audiência da Globo ter transformado um grande jornalista como Pedro Bial em praticamente um cafetão. Digo isso não com o intuito de ofender o renomado jornalista que foi cruelmente escalado pela emissora a fim de dar alguma credibilidade, mas confinar numa casa trogloditas incapazes de uma conversa produtiva e garotas em sua grande maioria com um grau de promiscuidade elevada, só podia dar numa coisa: vulgaridade.
Para contemplar esse adjetivo foi criado o Big Brother só para maiores, onde o eliminado na terça-feira senta numa cadeira e fica vergonhosamente explicando suas investidas amorosas, indagado por uma platéia com grau de intelectualidade questionável e um apresentador pra lá de mala.
Dessa edição com ares de Cine Privê, só sei que tem um tal de Alemão que ficava com duas ao mesmo tempo, nada mais. Seria uma hipocrisia pesquisar mais sobre o assunto. Afinal, isso implicaria em entrar nos sites ou assistir aos heróis (assim o Bial os chama), e não quero dar mais dinheiro à Rede Globo. Prefiro me manter firme no boicote e continuar “ignorante” mesmo.

(*) minúsculo mesmo para não dar muita importância

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Senador Cheiroso

Ontem ocorreu a eleição para presidência do senado, algo que geralmente não dou a muita importância, mas dessa vez uma estranha coincidência fez com que me interessasse um pouco mais pelo assunto. Ao tomar banho – momento em que geralmente tenho idéias mirabolantes – percebi que o sabonete que havia comprado no dia anterior se chamava Senador.
Não me dei ao trabalho de pesquisar quantos anos tem o sabonete, mas deduzo que com certeza é bem antigo, afinal, atualmente, dificilmente alguém teria a idéia de relacionar um produto que tem como finalidade a limpeza ao nome senador.
Não me refiro aqui a todos os senadores, pois generalização remete à burrice e demonstra ignorância, o meu ponto é a “impressão” que se tem deles na sociedade, e é sabido que num mundo dominado pela mídia é essa impressão que tem mais importância.
Temos parlamentares sérios que merecem respeito e ajudam a construir o país, e convenhamos que qualquer pessoa gostaria de ter um emprego de oito anos (no qual já se sai aposentado), com dezenas de cargos a distribuir e passagens de avião(R$ 7.000,00 mensais) para visitar a família nos finais de semana.
Tenho a estranha mania de ler rótulos até mesmo no banho e me achava meio louco por isso, mas recentemente em conversas rotineiras descobri que inúmeras pessoas têm essa estranha mania. Baseado na interessante leitura do rótulo do sabonete, não pude deixar de perceber algumas coisas e fazer uma pequena brincadeira.
Comecemos pela embalagem do produto. Logo na frente, Jabon de Tocador – uma qualidade imprescindível a um senador é ser jáBon de TocarNAdor do povo. Logo embaixo, um belo brasão, em Brasília todos adoram eles. E logo após Classic, essa parte deve se referir aos seus ternos Armani (tem até cota pra isso) e seus carros importados, sem esquecer é claro da "classe" propriamente dita, patrocinada pelos quase R$ 100.000,00, ao todo, que recebem mensalmente.
Em um dos lados da embalagem me chamou atenção o primeiro ingrediente do sabonete: Sais sódicos de ácido graxos, sem comentários. E do outro o slogan: “Uma fragância amadeirada...”, será se estão se referindo às faces da maioria deles?
Não sei, não quero saber e dou Graças a Deus de não ser o criador do tal sabonete, pois até parece uma provocação de tão cheiroso que é...