sexta-feira, janeiro 26, 2007

Tecnologia Desumanizante

Hoje me peguei me comunicando com meu irmão pelo MSN dentro do mesmo apartamento. Isso me levou a pensar em quão impessoais nos tornamos ao passo que a tecnologia avança.
O cotidiano de todos vêm mudando com a interferência das novas tecnologias sem que muita gente perceba. No começo pensava-se apenas que a invenção do e-mail acabaria com o romantismo das cartas, e alguns chegaram até a “prever” o fim dos Correios, exagero é claro.
Mas a coisa é bem mais complexa que isso. Hoje ao conhecer alguém pedimos o MSN ao invés do telefone, se não der tempo encontramos no Orkut e descobrimos toda a fantasia que ela criou em volta de si mesma. O Orkut é poderoso porque mexe com o ego das pessoas, é um cartaz que gostaríamos de expor ao mundo, claro que da forma que queremos que nos vejam. Escolhemos as melhores fotos da nossa vida, o melhor texto para o profile, etc. A bola de neve da mentira vai crescendo e quando se pensa estar próximo dos amigos através de scraps, vivemos uma ilusão.
Nem sou velho, mas já dá saudade daquela sensação de ficar pensando em telefonar ou não para a pessoa em que estou interessado, com as mãos suando de nervosismo. Nem mesmo em aviões, ônibus e aeroportos as pessoas conversam entre si. Quando não se tem um notebook com tecnologia wireless(internet sem-fio), é um palm-top ou um mp3 player, que graças à sede das pessoas por eletrônicos hoje pode ser comprado por pouco mais de R$ 50,00.
A tecnologia é vista como forma de evolução e a Internet uma fonte inesgotável de informações que enriquecem nossa bagagem e, conseqüentemente, nos deixam mais “inteligentes”. Só devemos tomar cuidado para não “emburrecer” demais nas relações pessoais. Sempre lembro daquela propaganda duma marca de roupa: “Malwee, gostosa como um abraço”. Devia passar mais vezes.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Celebridade X Verdade

Mais uma vez é provada a força das celebridades num mundo cada vez mais envenenado de valores fúteis. O negócio que explora a imagem dessas pessoas denominadas celebridades movimenta milhões de dólares todos os dias com a venda de revistas, jornais, tablóides, perfumes e até bonecos, como se merecessem ser materializados como os santos nas igrejas ou as grandes personalidades em concreto nas praças públicas de todo o mundo.
Daniela Cicarelli, a modelo que, a exemplo de muitas dessas pessoas sabe muito bem tirar proveito do show business, conseguiu através de um processo judicial que o Youtube fosse bloqueado em todos os provedores de internet brasileiros. Segundo os dirigentes do site livre de vídeos, não é possível o bloqueio somente dos vídeos da modelo.
Hoje de manhã, constatei que blogueiros e sites em geral estão “revoltados” com tal medida, que consideram censura. Um site como o Youtube implica muita discussão. A televigilância está presente em nossas vidas, vivemos hoje num grande Big Brother onde um fato pode ser registrado facilmente num telefone celular, mas quem menos devia reclamar disso são justamente as pessoas que vivem da exposição, pois são os grandes sanguessugas do show business.
Mas para eles o Youtube não é interessante, porque se aproxima muito da reprodução real dos fatos. A futilidade precisa do filtro para parecer algo interessante, e isso o site não oferece. Pode parecer uma paranóia de teorias de conspiração, mas acredito e tenho quase certeza que fatos como o da praia da Espanha são “construídos” propositalmente para movimentar informações inúteis e muito rentáveis na mídia “especializada”. O que importa é aparecer, não importando se são bons ou maus os modos. Charlie Sheen é hoje o ator de série de televisão cômica mais bem pago dos Estados Unidos, recebe 350.000 mil dólares por episódio de Two and a Half Man, mesmo com uma história de drogas e envolvimento com prostitutas.
Se a justiça bloqueia o Youtube, então Daniella Cicarelli deveria estar presa por atentado ao pudor já que não podemos ver uma cena daquelas em uma praia, que é um espaço público. Mas é claro que isso não acontece, afinal ela é uma CELEBRIDADE.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Porrishop

Hoje acordei 7:30 da manhã, fato raro. Entre os mais de 70 canais da TV a cabo me deparei com vários que vendiam produtos da Porrishop, aqueles produtos malucos de origem norte-americana que tentam adaptar ao nosso cotidiano desde que me entendo por gente. Além de onipresente na programação dos canais, esses produtos parecem "a solução para seus problemas". Hoje vi uma máquina fotográfica digital que tem o jogo Tetris embutido (?), uma mesinha que serve para comer em frente à televisao (?) , etc. Mas o mais interessante é que “Hoje é dia de George!”, calma não se assuste. Esse é o Grill daquele famoso boxeador, isso mesmo eles usam celebridades para dar credibilidade às suas inutilidades. Oscar, o ex-jogador de basquete, também está nessa lista vendendo aquele “negocinho” que fica dando choque na barriga para tirar “pneuzinhos”, o que quase ninguém sabe é que, segundo a revista Super Interessante, esse tipo de estímulo elétrico só é eficiente em pessoas com problemas motores.
Essas propagandas se caracterizam pela covardia midiática que a publicidade exerce sobre os menos favorecidos, é triste, mas são essas pessoas sim o alvo dessas empresas desumanas. Afim de convencê-las a comprarem uma máquina digital (muitos nem tem computador para descarregar as fotos), aquele gordinho que aparece na tv atrás de um balcão fica dizendo que só custa R$ 1,98 ao dia ter uma super máquina que filma, tira fotos, voa, etc. “Uma pechincha”, segundo ele.
Pechincha é o salário de quem divide essas bugingangas em 10 vezes, deveriam mesmo era criar vergonha e contar a verdade: que a maioria desses produtos são as vezes legais porém inúteis, mas assim a tradicional Porrishop faliria. Afinal a verdade é “dura”.

terça-feira, janeiro 02, 2007

Feliz 2007

Dia 2 de janeiro. Só hoje consegui me situar, afinal, que dia da semana é hoje? Nesse período de Natal e Reveilon sempre me sinto perdido. É tanta comida e cachaça que meu cérebro frita, mas quem está frito mesmo é meu estômago que embrulha com algumas hipocrisias dessa tão linda época. O mais irritante é o troca-troca de telefonemas e mensagens. Funcionam como uma espécia de desencargo de consciência: “Fiz minha parte, mandei aquela linda mensagem para o chefe que odeio”. Pior ainda é a obrigatoriedade de estar cumprimentando todos os amigos através de ondas eletromagnéticas, e quem perde é a gente. Perdemos os fogos, o brinde, os abraços (mesmo os falsos) e principalmente dinheiro. Quem ganha com os “festejos” que entre um cálice de vinho e outro até esquecemos o significado são as empresas de telefonia, os buffets, os supermercados, os shoppings, os hotéis, as bandas, Johnnie Walker (keep walking no próximo ano, ou seria keep drinking more and more?)... tanta gente que não caberia aqui. Então, a todos um Feliz Consumismo Hipócrita ....opa!
Feliz 2007!!!